Medicina e talento
Artigo para quarta, 25-06-14
–Apolinário Ternes
Na terça, dia 17, cateterismo feito no hospital da Unimed em Joinville, constatou que meu coração estava obstruído em três artérias. Uma quarta, bombava apenas 25%. Pela gravidade, recomendava-se possível transferência para Curitiba ou São Paulo. Na quinta, às 13h15minutos ‘evento’ de angina fez com que fosse transportado por equipe de paramédicos do Samu de volta ao hospital. A equipe do Dr. Bruno Cupertino Migueletto (com acompanhamento do Dr. Valdomiro Barbosa), entrou em ação de forma imediata e, assistindo a tudo e sem anestesia, coloquei-me nas mãos de Deus para novo episódio de intervenção humana em busca de salvadora prorrogação do Juízo Final. Os episódios do ano 2000 voltaram com força. O medo da morte bateu na minha abissal solidão cósmica.
Impressiona a ciência médica, quando executada com a perícia competente do Dr. Bruno e equipe. Competência igual ao da equipe que me atendeu no ‘Dona Helena’, em julho do ano 2000. Lá, permaneci em prolongado período de coma em ‘evento coronariano’ de mais de 50 dias. Agora, foram 50 minutos de ‘procedimento’, ao vivo e a cores, com restabelecimento imediato. Iniciado às 15h10min, às 16h10minutos estava na UTI, com o coração praticamente 100% restaurado. No ano 2000 aconteceu tudo de inesperado e inusitado, e foram semanas de grande perturbação. Agora, apesar da brutal emergência, falhei neste espaço apenas uma vez. Recuperado, emocionado e agradecido, só posso reconhecer meus débitos com Deus e os homens de branco. Enfermeiras também. Família sempre. Aos amigos, a certeza de que continuarei aqui. Se possível, incomodando, como dever ser, no meu entendimento, o papel do jornalista. O resto, disse Millôr Fernandes, é balcão de negócios. Incomodar é dizer que tudo passa, até o futebol, o coração falha e tropeça, mas o essencial é acreditar que tudo pode melhorar. Até a política. Aos que souberam dos fatos e rezaram, como há 14 anos, minha serena gratidão. Continuem rezando, faz bem! Precisamos todos de orações e de energia branca, mesmo que, às vezes, entendamos que a suficiência nos atende plenamente. Nunca atende.