Patrimônio público
Artigo para quarta, 30-04-14
–Apolinário Ternes
O patrimônio público de Joinville não vai bem. Bem ao contrário. Não há semana que a mídia não informe sobre vandalismo, depredação, roubo de lâmpadas, fios de cobre, luminárias, etc. Escolas públicas, igualmente, são alvos constantes de ladrões e malandros que desejam mostrar o isolamento a que foram relegados.
O serviço público não dá conta das filas e listas e funciona sob o tacão do Ministério Público. Ou seja, no limite da interdição. Há pouco tempo escolas e prédios públicos mantinham serviços regulares. Agora não mais. Crianças e jovens são deslocados daqui prá lá e de lá prá cá, ao sabor do colapso das redes de ensino. No governo passado, os prédios ligados à cultura simplesmente desabaram. E ficaram assim até o final. Um inferno de morosidade. A deterioração e depredação do patrimônio continuam. O que temos no lugar da eficiência e das providências? Publicidade pouco convincente. A rodo.
Talvez os fatos justifiquem uma guarda especial? Segurança é obrigação do Estado. É preciso investir em educação e de qualidade, o que não existe no Brasil. Educação de qualidade se faz com professores motivados, remunerados decentemente, e não com os salários baixos que os governantes pagam. E em instalações adequadas, sem fios desencapados, torneiras pingando, carteiras aos pedaços, etc.
Governar é ter coragem de promover mudanças. É inovar e eleger prioridades, o que impõe competência e dedicação, virtudes desconhecidas na maioria dos municípios do país. Nos Estados a qualidade é sempre pior. Na União a luta é pela sobrevivência diante do mar de corrupção, desmando e, agora, deserção. Então, não dá para tapar o sol com a peneira. O Brasil se encaminha para quadros de miséria incompatíveis com arrecadações de mais de 200 bilhões de reais/mês. E onde bancos apresentam lucros de vários bilhões de reais em 30 dias. Enquanto a indústria perdeu, de novo, o trem da história. O Brasil está atrasado no ciclo da globalização da economia e continuará na periferia. Sem liderança, sem projeto e sem consciência do atoleiro em que se meteu, sob o manto da redemocratização e da Constituição cidadã de 1988. O que temos são instituições envergonhadas, um povo irritado e a conversa mole de sempre, sobre acordos de cavalheiros engravatados sobre coisas muito vergonhosas.