Revista História
RH – Seu trabalho jornalístico facilitou a sua vida de historiador?
Apolinário – De jornalismo quase diário, tenho 45 anos. Atuo na mídia desde 1968 e em A Notícia, desde 1970, com pequenas interrupções, até 2008. Como repórter, editor e editorialista por mais de 25 anos, considero meu envolvimento com a história uma verdadeiro ‘privilégio de vida’. Estava, em 1977, no terceiro ano de História, quando fui convidado para a direção do Arquivo Histórico de Joinville pelo então prefeito Luiz Henrique da Silveira. Fiquei lá apenas um ano e voltei para o cargo em 1989, no governo Luiz Gomes.
O jornalismo vive do presente, da atualidade, da notícia, e a história volta-se para o passado, para as raízes, por ‘longas durações’, como ensina Braudel. O exercício diário do jornalismo, simultânea à pesquisa histórica e, essencialmente, de minha cidade e país, permitiram a construção de entendimentos gerais sobre o comportamento das sociedades. Foi, portanto, gratificante, na medida em que da década de 1970 a 2013, vivemos um período de magníficas transformações em Joinville, no país e no planeta. Vivi e vivo disso. É extraordinário, tanto do ponto de vista do jornalista quanto do historiador. Jornalismo e história se complementam, dialogam permanentemente e nos permitem generosa compreensão do mundo. Até aqui, fui um privilegiado em ter sido ‘absorvido’ por quatro décadas nas duas áreas.
RH – Durante 28 anos você redigiu o editorial de A Notícia. Qual é o papel do jornal na recuperação e resgate da história de uma sociedade, de um povo?
Apolinário – Foram tempos difíceis. De 1979 a 2008 fizemos aquele trabalho, todos os dias. Foram, talvez, mais de dez mil. Ora sobre a cidade, ora sobre o Estado, depois o país e, muitas vezes, editoriais específicos sobre economia, educação, cultura, esportes. Enfim, o tema do dia. Em Joinville tivemos jornal desde quase o início da colonização. O ‘Kolonie Zeitung’, fundado por Otokar Doerffel, é de 1862, quando a colônia tinha apenas 11 anos e, talvez, nem 3 mil habitantes. Existiu por 80 anos, até 1942, quando a ‘campanha de nacionalização’, entre os anos de 1938 e 1945, acabou fechando inúmeras instituições em diferentes cidades catarinenses e do Sul do país. Depois, desde 1923, temos o jornal A Notícia. São outros 90 anos. A história da cidade, portanto, está lá, nas páginas desses dois jornais. O papel de ambos na produção da história e na preservação dos registros – importantes ou banais – é relevante. Carlos Ficker, historiador do primeiro grande livro sobre a cidade, em 1965, certamente vasculhou bem as edições todas daqueles jornais. Mesmo não lendo em alemão, estive muitas vezes com o jornal aberto e, auxiliado por tradutora, fiz muitas pesquisas no ‘Kolonie’. De A Notícia, sobre o qual elaborei dois livros – o primeiro quando dos 60 anos, em 1983 e o segundo em 2003, pelos 80 anos – posso garantir que coloquei os olhos em praticamente todas as suas 26 mil edições. São fontes preciosas, fundamentais para a história. É nessa proporcionalidade que reconheço a importância de um jornal na vida de qualquer comunidade. Ele cristaliza o espírito de uma cidade. Inspira, sacode, reconhece, critica, aplaude e sofre cada momento feliz ou amargo de toda a comunidade. Como não dizer, portanto, que jornalismo e história andam juntos? Até quando, porém? O jornalismo vive transformações, e a história também. O que poderá ser considerado ‘acontecimento histórico’ daqui a pouco? A crise da história será ainda mais forte do que a preservação dos jornais na tradicional forma impressa de 300 anos. Esperemos duas décadas.
RH – Na condição de ex-dirigente da área, qual a sua opinião sobre os Arquivos Históricos, institutos e bibliotecas públicas?
Apolinário – Pela mesma dúvida exposta acima, também nos indagamos sobre o futuro dos arquivos e bibliotecas. A transformação tecnológica do nosso tempo é um desses acontecimentos quase únicos na história da humanidade. Dizem que a informática é mais revolucionária que a criação dos tipos móveis, por Gutenberg, em 1450. E quase tudo mudou desde aquela época, a começar pela divisão do catolicismo. A informática é um estágio que coloca a humanidade em novo patamar. Daqui a um ou dois séculos, como faremos para produzir um documentário sobre a história? Será em livro? Impresso ou digital? Ou em vídeo? Com texto, ou só imagens, pois, afinal, estamos nos transformando em sociedades em que o visual é quase o único meio e mensagem. Como será a história, então? De datas, heróis e tumbas? Das massas? Como guardaremos aquele presente histórico para as futuras gerações? Num universo compartilhado, qual a importâncias das nossas guerras todas, santas ou não? As dúvidas são imensas, não há como projetar como serão tratados temas como a história, e, até, o próprio jornalismo. Assim, não sabemos qual a importância ou o papel de bibliotecas e arquivos. Hoje, porém, podemos afirmar que, infelizmente, essas instituições vivem do esquecimento, do abandono, da falta de verbas e do desinteresse da grande maioria da população. Estão marginalizadas, como, aliás, quase todas as demais instituições voltadas à cultura, à memória e ao patrimônio.
RH – As escolas e universidades proporcionam uma formação de qualidade em História?
Apolinário – Sempre estive fora do mundo acadêmico. Fiz meus estudos em História e Direito, pós e Mestrado, mas não tenho ligação com as universidades. Não há exceção, o ensino no país é fraco, também em História. Tive formação com professores da Universidade Federal de Santa Catarina, que se deslocavam da Capital para Joinville. Foram grandes mestres, alguns. Nos tempos presentes, o que sabemos é pouco, mas de contatos com alunos e professores, podemos depreender que também nessa área existem dificuldades. No meu entendimento, a formação do historiador exige um nível de leitura bastante aprofundado, o que inexiste nos meios acadêmicos de agora. Todos são especialistas em alguma coisa muito breve e micro. Assim, faltam contextualizações e mesmo raciocínios de ‘longa duração’. É, também, a crise da história, do ensino e da cultura que vivemos nos últimos anos. E não só no Brasil, mas também nas chamadas sociedades avançadas. Pesquisas revelam que 75% dos brasileiros lêem mal e entendem pouco do que lêem. É triste e preocupante, mas o futuro nos assusta na perspectiva de que os valores da cultura, do humanismo e do conhecimento estão se tornando sempre mais líquidos, para usar a expressão do sociólogo polonês Zygmunt Baumann, que tanto analisa, escreve e fala sobre a fluidez da vida contemporânea.
RH – A história catarinense é valorizada na escola e na comunidade? Você é adepto da chamada Nova História?
Apolinário – Acho que a valorização da história de Santa Catarina nas redes de ensino, privada e pública, é baixa, para não dizer mínima. É a questão da formação acadêmica de professores e pedagogos, que acaba se reproduzindo em toda a cadeia de ensino e cultura. Vivemos uma época do visual, do instantâneo, de um presente contínuo. Foi Eric Hobsbawn, um dos maiores historiadores do nosso tempo, quem diz que somos sociedades sem memória. Em Santa Catarina, por exemplo, sabemos pouco das realizações do passado, mesmo recente, de um século apenas. Anita Garibaldi, Victor Meirelles, Cruz e Souza, quem os conhece e sabe da vida que tiveram? Os grandes empreendedores, Carlos Hoepcke, Carlos Renaux, os Hering em Blumenau, os Schmidt em Joinville, pouca gente conhece a odisséia desses grandes construtores.
Vivemos tempos de visível decadência política e de heróis virtuais, o que ajuda muito a reduzir a importância dos grandes líderes do passado. Sabemos pouco do nosso passado. Se soubéssemos mais, não toleraríamos o tratamento que estamos recebendo dos governantes e dos políticos. É desagradável, mas os cenários evidenciam os malfeitos dos últimos anos.
RH – A guerra do Contestado vem recebendo espaço crescente na mídia. No entanto, continua perdendo longe de Canudos. O que pode ser feito para mudar esse quadro?
Apolinário – Canudos teve o brilhantismo – na hora do fogo – da pena jornalística e literária de Euclides da Cunha. Foi lá, no clamor da guerra, despachado pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e, depois produziria ‘Os Sertões’. Canudos é história. No Contestado, na divisa do Paraná e Santa Catarina, poucos anos mais tarde, de 1912 a 1916, não tivemos um Euclides da Cunha, nem a repercussão de um jornal nacional como o ‘Estadão’. Ressalto, contudo, que o tema vem sim ganhando importância e espaço na mídia, inclusive e principalmente na de Santa Catarina. Recentemente, em A Notícia, publicou-se um caderno excepcional, feito por jovens jornalistas. Bem pesquisado e documentado. Deveríamos pensar num filme, em novos documentários, em abordagens mais profundas na área da história. O tema continua aberto.
RH – Alguns livros recentes de História entraram na lista dos mais vendidos. Qual a explicação para o fenômeno?
Apolinário – Talento. Livros bem escritos e bem divulgados, para o grande público. Primeiro foi o gaúcho Eduardo Bueno, sob encomenda de grupo jornalístico RBS, da Zero Hora, de Porto Alegre e depois transformado em livro – Brasil, uma história- dos mais vendidos no país. Bem ilustrado, bem editado e com redação primorosa, apesar da rapidez das abordagens, quando comparado a livros produzidos na academia, de textos embaralhados, exibidos e nada estimulantes do ponto de vista do leitor. O segundo maior sucesso é, também, nascido em redação jornalística, de Laurentino Gomes, ex-Veja, com a série ‘1808’, ‘1822’ e em elaboração ‘1889’. Livros que se distinguem pela legibilidade, elaborados com sensibilidade e pesquisa histórica séria. Não erudita nem burocrática e menos ainda ‘ideologizada’, como acontece na academia brasileira. Mesmo que estejamos todos imersos na sociedade visual e virtual, o livro continua desafiando os tempos e, quando é uma homenagem à inteligência, terá seu espaço, sua importância e seus apaixonados seguidores.
RH – Você escreveu a história de instituições, empresas e personalidades. Comente esses livros.
Apolinário – Fiz da história, como do jornalismo, meu ganha pão. Sou um profissional da palavra. No jornalismo, como ofício diário e metódico e na história como profissional liberal. É perigoso dizer assim e assim fui, também, alvo de muitas críticas. Porém, a ética pessoal sempre presidiu minha ação. Tanto a de jornalista, quanto a de historiador. É preciso zelar pela verdade e, jamais, ceder à fogueira das vaidades. Se o jornalista tem o compromisso da autenticidade e da credibilidade, as mesmas razões devem presidir o trabalho do historiador. A história de empresas, de instituições e mesmo as biografias autorizadas têm compromisso com a legitimidade dos fatos. Não fugir aos fatos é ter compromisso irremovível com a verdade. Dessa forma, nunca me senti desconfortável em assinar contratos para escrever sob encomenda. A história empresarial é um tema ainda desconhecido num Estado como Santa Catarina, celeiro de grandes sagas na área do empreendedorismo e da economia. É, inclusive, mercado de trabalho para historiadores e jornalistas. É difícil, e à primeira vista e não é fácil mesmo. É preciso entusiasmo, confiança pessoal e preparo intelectual. Mais fácil é criticar. Colocar obstáculos e empecilhos intransponíveis, mas é possível realizar trabalho honesto e interessante na produção de livros sob encomenda.
Além daqueles, que foram muitos, mais de quinze, tenho outros quinze produzidos por iniciativa pessoal. Tenho vaidade de todas as produções, encomendadas ou não. Na área empresarial, por exemplo, tenho livros sobre a WEG, Tupy, A Notícia, Lepper, Condor, de São Bento e estou finalizando novas obras. De iniciativa pessoal tenho grande vaidade de ter produzido quatro livros sobre a história de Joinville, desde 1981 até 2008. ‘História de Joinville, uma abordagem crítica’, ‘História Econômica de Joinville’, ‘Joinville, a construção da cidade’ e ‘Tempos Modernos, Joinville de 1973-2008’. Também produzi obras sobre o Colégio Bom Jesus, a Escola Técnica Tupy, a Sociedade Cultural Lírica, Associação Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul, Sociedade dos Bombeiros, Museu Nacional de Colonização e Imigração e tantos outros. Em maravilhosos quarenta anos de plena dedicação à história e à cultura.
RH – Quando dirigia o jornal NA, em Florianópolis, estava preparando um romance. Desistiu da literatura? Não quer mais pertencer à Academia Catarinense de Letras?
Apolinário – De fato, naquele período, entre os anos de 2002 a 2004, estivemos na Capital, ocupando o cargo do saudoso Henrique de Carvalho. Meses depois, já em Joinville, iniciei a elaboração de um romance, minha segunda tentativa na área da ficção. E consegui, está escrito ‘Autópsia’, um romance que trata da crise de criação de um escritor, o chamado mal de Montano, revisitado recentemente pelo romancista espanhol Henrique Villa Malta. A área literária, contudo, não é para muitos. Apenas para alguns abençoados e a ficção continua sendo um ideal não alcançado. Poucos amigos leram os originais de ‘Autópsia’ e não tive recepção que entusiasmasse e justificasse a publicação. Continua inédito. Arquivado no computador e uma única cópia no papel.
Quanto à Academia, foi um projeto. Tenho amigos lá e fui convencido a participar de uma disputa, cadeira que havia sido ocupada pelo saudoso senador Carlos Gomes de Oliveira, de Joinville, falecido aos 102 anos. Não consegui os votos necessários e perdi o entusiasmo para novas campanhas. Respeito a Academia e acho instituição importante para a cultura. Certamente poderia ser mais ativa, mas por enquanto não penso em disputar uma nova cadeira.
RH – Você mudou sua concepção de política e a sua visão de cultura após morar um tempo na Capital?
Apolinário – O período que vivi em Florianópolis serviu apenas para consolidar antigo convencimento: a capital vive voltada para o próprio umbigo. É um reino de vaidades e uma cidade bastante frívola. É uma ilha de favores, licenças e mesuras, agora cada vez mais ocupada por ilustres e famosos. Tem vocação cosmopolita e tudo para se transformar num templo de celebridades. Talvez seja, sem trocadilho, a ‘cidade mais líquida’ do Brasil, no mesmo pensamento de Baumann. É difícil qualquer comentário sobre cultura em termos catarinenses. Fomos, somos e parece que continuamos periferia, mesmo em relação ao Brasil.
RH- Na qualidade de historiador da mídia e jornalista, considera que os meios de comunicação estão cumprindo hoje as suas funções?
Apolinário – A mídia se ocupa hoje do chamado ‘entretenimento’, enquanto as posições políticas e o engajamento ideológico que então permeava a imprensa ficaram para trás. Fazia-se, pouco antes dos anos 70, um jornalismo mais quente, apaixonado, romântico. Agora tudo se reduz a poucas linhas e a edição cuida de evitar arrojos ou desarticular posicionamentos. No Brasil, que não tem mais oposição ou mesmo partidos políticos, a mídia exerce função essencial, vital para a democracia que, como sabemos, corre riscos sérios no país. Vivemos à sombra de um populismo grotesco, primitivo e nada esclarecido. Olhemos os nossos vizinhos, é onde podemos cair amanhã ou depois.
RH – A Internet está servindo à História?
Apolinário – Para a elaboração de meu último livro, ‘Tempos Modernos’, sobre Joinville entre os anos de 1973 a 2008, servi-me muito da Internet. Foi uma experiência apaixonante e se pode ver no livro o volume de informações e análises que a Internet possibilitou. No caso, o próprio historiador viveu o período e tinha condições imediatas e diretas de confirmar as informações. Em outra condição, talvez pouco ajudasse. Acho que a história do futuro e sobre o futuro jamais poderá dispensar os meios eletrônicos, o que me fascina imaginar o que será, então, considerado ‘evento histórico’ e que tipo de abordagem se fará. Enfim, não é difícil imaginar que estamos atravessando o Rubicão e, como dizem os romanos – ‘alea jacta est’ – a sorte está lançada.
A renúncia do Papa Bento 16 e a posse de Francisco, revolucionam a história da Igreja?
Apolinário – De uma forma que não conseguimos dimensionar ainda. Acho que a Igreja está prestes a fazer uma volta sobre o próprio eixo de forma quase única em sua história de dois mil anos. A renúncia de Bento 16 foi ato de estadista, como poucas registradas na história. Sacudiu a Igreja e está mobilizando milhares de cristãos. De alguma forma, há um imenso cansaço na humanidade e o novo Papa propõe uma volta à simplicidade. O efeito será imenso, tanto em profundidade quanto em extensão. Já ocupa mentes e corações. Será um movimento silencioso, mas inteiramente positivo para todos. Fora disso, da simplicidade e humildade, a Igreja não tem sentido e volta a perder o discurso, como de fato perdeu nas últimas décadas.
RH – Eric Hobsbawm influenciou a sua carreira de historiador? Quem são seus mestres?
Apolinário – Diria que Hobsbawm continua sendo um inspirador. Acho descomunal sua cultura, erudição, disciplina e suas interpretações do século 20. O que admiro é sua capacidade de escrever. Está em outra galáxia, milhões de anos-luz das produções de seus colegas de academia. O viés marxista é um de seus pecados, mas não macula sua obra gigantesca, brilhante e capaz de comover milhões de leitores em todo o planeta. Não foi por outra razão que conheceu o silêncio dos historiadores franceses, ainda e sempre convencidos de que são os melhores na área. No século 19, talvez. Sou leitor aflito e assíduo de grandes historiadores franceses como Fernand Braudel, Michelet, Marc Bloch, Jacques Le Goff, Philippe Áries, do alemão Norbert Elias, de Peter Brown e Henri Pirenne, da Bélgica. Gosto demais de Tonny Judt, recentemente falecido e, claro, de Hobsbawm.
Meu mestre foi Creso Coimbra, nascido no Pará, e autor de algumas obras premiadas. Entrou no Arquivo Histórico, em 1977 e logo se deu a conhecer. Foi uma amizade imensa e absorvente. Estava ali, cursando História e decidido a escrever sobre a história da cidade. Me deu as tintas. Faça assim e assado. Tenha disciplina. Tenha foco. Cumpra prazos. Leia tudo, anote, anote e anote mais uma vez. E, para surpresa minha, fiz integralmente o serviço. As demais trinta outras realizações não foram fáceis, mas tinha me convencido de que era possível. Quando vi, era um historiador e apaixonado pela tarefa.
RH – O julgamento do ‘mensalão’ levará ao exercício da política com mais ética?
Apolinário – Não tenho ilusões sobre o nosso país. Acho que continuaremos afundando por um bom tempo. A ética nunca foi o forte do Brasil. Somos assim, interesseiros e inclinados a ‘levar vantagem’. Em 30 ou 40 anos, várias nações saíram do quase zero, e lideram a economia e garantem o Estado do bem-estar a suas populações. O Brasil se arrasta, com vôos de galinha na economia e a desigualdade social e econômica continua brutal entre nós. Educação é o que nos falta e, sem ela, não é possível estruturar e dar viabilidade a qualquer nação. O mundo está cheio de exemplos. O Brasil e grande parte da América Latina continuarão no deslumbramento de sempre, encantados pela magia populista e deslumbrados com um mínimo de civilização.