Anotações avulsas
Artigo, 12-09-15
— Apolinário Ternes
Os deputados de Joinville estão servindo de ‘bode expiatório’ no caso das viagens da Assembléia. Ali todos viajam o tempo todo, sempre a serviço deles mesmos. Acontece igual, senão pior, nos outros poderes. Em um ano, no governo federal, foram compradas 260 mil passagens aéreas. Gasto de R$ 35 milhões. Renan e companheiros viajam à China, roucos de tanto pedirem ‘cortes de gastos’. Vereadores de Joinville irão a Lisboa, vão avaliar urbanismo e ‘responsabilidade social’, diz a mídia. Ainda bem que lá se fala português.
-0-0-0
Cortes orçamentários poderão suspender obras rodoviárias como a BR 280 e a 470. Apostem as fichas: conclusão só em 50 anos. As duplicações em Joinville saem em 15 anos. Inaugurações em 2030. Com foguetório e discurso.
-0-0-0
O sistema prisional catarinense está tão lotado que nem os responsáveis pelo caos no sistema poderiam ali ser recolhidos. As muitas autoridades envolvidas no colapso da rede prisional teriam que ser hóspedes de hotéis. Ou transferidos para Curitiba.
0-0-0
Thoreau escreveu que governo mínimo é o melhor e que governos devem respeitar o povo. O que diria David Thoreau do atual governo brasileiro?
0-0-0
Mencken, também americano, escreveu que todo cidadão deveria se envergonhar do governo que tem. É o que pensam hoje milhões de brasileiros. Enquanto outros defendem o que está aí, como vemos todos os dias. No fundo, democracia é questão de vergonha. De eleitores e de eleitos.
0-0-0
Cada eleitor deveria ter a obrigação cívica de assistir ao menos a uma reunião de vereadores, deputados e senadores. Desistiria da democracia na mesma hora.
0-0-0
No futuro, cidades serão administradas por organizações público-privadas. Darão lucro e poderão prover os servidores de aposentadorias e serviços de saúde para a população. O modelo atual é irracional. Não haverá eleição, apenas licitação para a gestão global dos municípios. Sim, séculos adiante.
o-o-o